ALGUNS POEMAS
À meia-luz
Geni Oliveira
Em teus braços,
perco a noção de tempo e de espaço.
Tua respiração ofegante,
tuas mãos afoitas
explorando a geografia do meu corpo,
no ritmo alucinante da dança,
me enlouquecem.
Nossos olhares se cruzam,
nossas línguas famintas se buscam
às vésperas de um beijo.
Corpo aprisionado,
alma liberta.
Sou tua.
(Poema publicado no Almanaque Gaúcho- ZH, em 20/12/2014)
Circulando nos ônibus e no trem em Porto Alegre.
Ilusão
Geni Oliveira
A Morte
acena
sorri
seduz.
Perco o prumo
o fôlego
disfarço
aligeiro o passo.
E ela me abraça
amorosa
na próxima curva.
Insight
Geni Oliveira
Fui traída,
re - traíída.
Estaria eu distraída?
Delírios
Geni Oliveira
O rio desce a montanha
vagarosamente
à procura do mar.
Serpenteia, serpenteia
preguiçoso
tentando fugir
do seu destino fatal.
Á beira do abismo,
a mulher vacila
Revê sua vida
tão sofrida, tão inútil.
Lança no espaço
o seu desespero.
Silencioso grito de socorro.
Geni Oliveira
Descompasso
Geni Oliveira
O canto guarani invade a rua
num ritmo cadenciado.
Presente roubado!
Mergulhei no fundo do poço
Desespero
Desamor
Juntei ospedaços
E ergui-me reinventada
Fênix
Disposta a viver.
Entrega
Geni Oliveira
Somos
quando sós
tão inteiros .
E, quando juntos,
tão nós.